Os economistas Raymond Fisman e Edward Miguel viajam pela África e pela Ásia para apontar onde as análises econômicas de custo-benefício clássicas podem explicar a corrupção, a pobreza e alguns crimes hediondos contra a humanidade. Eles encontram exemplos convincentes, incluindo os assassinatos de mulheres suspeitas de bruxaria na Tanzânia e os hábitos de estacionamento de diplomatas na cidade de Nova York. O seu estudo é uma ótima leitura sobre as motivações psicológicas e econômicas, apresentando informações preciosas sobre os problemas aparentemente intratáveis da pobreza e da corrupção no mundo em desenvolvimento.
Coreia do Sul e China estão entre os países em desenvolvimento que têm se livrado da miséria absoluta, contudo os cidadãos de outras nações – especialmente os da África – permanecem presos na “armadilha da pobreza”.
Desde meados de 1900, algumas nações escaparam das cadeias da pobreza para alcançar um crescimento econômico impressionante. Entre estas estão os tigres asiáticos Coreia do Sul, Malásia, Vietnã, Taiwan e China. No entanto, a pobreza domina a África e partes da Ásia. Veja o caso do Quênia: depois de uma revolução sangrenta na década de 1960, a nação africana parecia pronta para a liberdade e a prosperidade. Ela tinha tanto potencial de crescimento econômico quanto a Coreia do Sul ou a China. Com o seu solo fértil e rica reserva de recursos, o Quênia poderia ter se tornado uma potência econômica. No entanto, o queniano típico continua atolado na pobreza.
Programas eficazes de combate à pobreza podem ajudar três bilhões de pessoas que sobrevivem com menos de US$ 2 por dia a sair da fome e do analfabetismo. Por que o Quênia fica para trás enquanto a Coreia do Sul floresce? Durante décadas, o Quênia recebeu ajuda internacional de instituições de caridade e potências...
Raymond Fisman é professor catedrático em Economia Comportamental na Universidade de Boston. Edward Miguel é professor em Economia Ambiental e de Recursos no Departamento de Economia da Universidade da Califórnia, em Berkeley.
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