O mundo nunca esteve tão avançado tecnologicamente, mas continua muito desigual. A automação substitui muitos trabalhadores e as startups passam dificuldades, enquanto as grandes empresas têm lucros recordes. Joshua Gans, diretor de um programa de inovação e empreendedorismo na Escola Rotman da Universidade de Toronto, e Andrew Leigh, político e ex-professor de economia, mostram como a inovação provoca a desigualdade, e como criar um futuro melhor. Com argumentos econômicos, tecnológicos e do empreendedorismo, eles defendem ser possível inovar sem aumentar a desigualdade.
Os avanços tecnológicos têm provocado níveis crescentes de desigualdade.
Nos EUA, os 300 mil mais ricos possuem tanta riqueza como os 270 milhões mais pobres. Em média, o trabalhador de uma grande empresa precisa trabalhar 312 anos para atingir a remuneração do seu CEO. Entre 1980 e 2014, o aumento anual de renda dos americanos desfavorecidos foi de 0,6%, contra 3% no grupo dos 1% com renda maior; o grupo crescente dos bilionários obteve ainda mais.
Os profissionais dos setores tecnológico e da saúde consideram que a tecnologia ajuda a humanidade. Os que não têm habilidades, bens ou emprego receiam que a IA possa substituir os humanos, com inovações como as vendas online, fábricas totalmente automatizadas e robôs. Apesar das abordagens habituais das empresas e dos governos, é possível promover a inovação sem prejudicar a igualdade.
Os danos colaterais da inovação podem ser atenuados ao aplicar os princípios da destruição criativa e da incerteza irresolúvel.
Em Capitalismo, Socialismo e Democracia, o economista Joseph Schumpeter mostrou como as invenções promovem o progresso, mas destroem empresas, empregos e setores. Nesta ...
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