As crianças de hoje provavelmente terão uma expectativa de vida mais curta do que os seus pais, em parte devido a epidemias de doenças inflamatórias crônicas não infecciosas, afirmam Susie Flaherty e Alessio Fasano. Para eles, em vez de tratar os micro-organismos que povoam os nossos intestinos como inimigos, os profissionais de saúde e os leigos precisam compreender melhor o complexo ecossistema que cada ser humano carrega dentro de si e trabalhar para criar intervenções de saúde mais holísticas e preventivas.
Abraçar o potencial dos micro-organismos exige uma mudança de paradigma na medicina e na ciência.
Muitas pessoas veem os microrganismos através das lentes da teoria dos germes e das doenças infecciosas, entrando em guerra com os ecossistemas microbianos. No entanto, parte da comunidade científica está começando a entender que, em vez de combater indiscriminadamente os microrganismos com antibióticos, as pessoas deveriam trabalhar para entender melhor os efeitos complexos dos microrganismos na saúde humana. Os microrganismos contribuem para doenças, mas também vivem em simbiose com hospedeiros humanos, e podem ser fundamentais no tratamento de doenças que vão desde o câncer até problemas neurológicos.
O Projeto Genoma Humano tem trabalhado por três décadas para tratar doenças inflamatórias crônicas por meio de uma melhor compreensão do papel da genética nessas doenças; mas até agora os cientistas identificaram com sucesso apenas 2% dos potenciais alvos terapêuticos. Os pesquisadores devem estudar o microbioma para entender melhor a interação complexa entre genética, microorganismos e os efeitos do meio ambiente na saúde humana.
Seres humanos e micro-organismos...
Professor de Pediatria da Harvard Medical School, Alessio Fasano ensina nutrição na Harvard TH Chan School of Public Health e é coautor de Gluten Freedom com Susie Flaherty, diretora de comunicação do Center for Celiac Research and Treatment.
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