Em partes dos Estados Unidos, os habitantes sabem que certos meses do ano são “temporadas de furacões”. Algumas áreas inundam repetidamente. No entanto, as pessoas se mudam para esses lugares e não tomam as devidas precauções. Elas literalmente constroem as suas casas na areia. Por que as pessoas agem como avestruzes, escondendo as suas cabeças do perigo claramente presente? Os professores Robert Meyer e Howard Kunreuther analisam este problema e propõem medidas para resolvê-lo. Eles colocam a preparação para desastres no contexto de como as pessoas pensam e onde tendem a vacilar devido aos vieses cognitivos mais comuns.
No “paradoxo do avestruz”, as pessoas partilham seis vieses sistêmicos comuns que enfraquecem o pensamento diante de uma crise e induzem ao erro na hora de prevenir desastres.
Em 1900, uma grande tempestade atingiu Galveston, no Texas, matando mais de 8.000 pessoas – o maior número de vítimas fatais em furacões daqueles anos nos Estados Unidos. Em 2008, um furacão atingiu a mesma parte do Texas. Naquela altura, Galveston contava com vigilância por satélite, alertas de radar e reconhecimento aerotransportado. Mesmo assim, o furacão de 2008 rompeu repetidamente o quebra-mar construído após a tempestade de 1900, causou mais de US$ 14 bilhões em danos e matou 100 pessoas. A capacidade tecnológica de prever catástrofes melhorou, mas não reduziu os prejuízos resultantes. Cinco dos dez desastres naturais mais caros da história aconteceram a partir de 2005.
“O paradoxo do avestruz” expressa a desconexão entre conhecimento e ação. Um clichê diz que os avestruzes enterram a cabeça na areia para escapar das ameaças. Os vieses que fazem parte do “DNA cognitivo” das pessoas moldam a sua compreensão do mundo e frequentemente as fazem ignorar informações desagradáveis. No entanto...
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