Os jovens de hoje vivem em meio aos apps, programas aplicativos de dispositivos móveis. Howard Gardner, especialista em inteligências múltiplas, em parceria com Katie Davis, examina o impacto dos aplicativos no desenvolvimento psicológico dos jovens. Especialistas em educação, os autores afirmam que os aplicativos mudam profundamente as atitudes dos jovens em relação a três áreas cruciais da vida: “identidade”, “intimidade” e “criatividade”. Algumas de suas conclusões podem parecer banais, mas muitas das suas descobertas oferecem insights significativos e surpreendentes na evolução da psicologia dos adolescentes. A getAbstract recomenda este estudo a qualquer um que atue no marketing aos jovens, a pais e educadores, a programadores, bem como aos próprios jovens, quer seja lido em papel ou online (temos um aplicativo para isso).
Os nativos digitais
Os jovens de hoje são “nativos digitais”: eles passaram a vida inteira imersos nas mídias digitais e não conseguem se imaginar sem celulares ou Internet. Será que o fato de terem crescido em um mundo digital afetou os seus processos cognitivos, personalidades, criatividade e comportamentos? Como diferem dos “imigrantes digitais”, os quais adotaram as mídias digitais mais tarde na vida? As mídias digitais têm tido um impacto considerável em três áreas cruciais do desenvolvimento psicológico:
- Criação da identidade pessoal.
- Cultivo da capacidade de formar relacionamentos íntimos com outras pessoas.
- Desenvolvimento da “generatividade”, ou seja, do impulso criativo.
Estas áreas representam três das oito “crises” existenciais que o psicanalista Erik Erikson identificou em seu livro seminal, Infância e Sociedade. Ele postulou que o desenvolvimento de uma psique saudável e integrada envolve navegar com sucesso por essas crises. A utilização de aplicativos (apps) muda a forma como os jovens abordam essas crises. Os aplicativos são programas em dispositivos móveis que permitem aos usuários executar tarefas...
Howard Gardner, professor de Cognição e Educação da Escola Superior de Educação de Harvard, dirige o programa de pesquisa Harvard Project Zero. A coautora Katie Davis é professora assistente na Universidade de Washington.
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