Neste episódio de Cleaning up, o apresentador Michael Liebreich entrevista o geógrafo econômico dinamarquês Bent Flyvbjerg sobre as implicações da transição líquida zero nas pesquisas de Flyvbjerg sobre gestão de megaprojetos. A conversa abrange os desafios da gestão de projetos grandes e complexos, heurísticas para reduzir riscos e insights sobre a plausibilidade de tecnologias específicas de energia renovável.
Grandes projetos ultrapassam o orçamento e o cronograma em aproximadamente 90% das vezes.
A grande maioria dos grandes projetos excede as estimativas de tempo e orçamento, ao mesmo tempo que apresenta resultados insuficientes – esta é a “lei de ferro” da gestão de projetos. Segundo uma base de dados de mais de 16 mil grandes projetos, apenas 9% cumprem o orçamento e o prazo. Se somarmos os critérios para o cumprimento dos benefícios prometidos, o percentual cai para 0,5% – um em 200.
Muitos projetos se tornam inclusive “cisnes negros”, com desempenho não apenas fraco, mas excepcionalmente fraco. Para estes projetos, os custos reais podem superar – e muito – os orçamentos previstos. Muitos enfrentam altos níveis de atrasos e deficiências significativas em termos de benefícios.
As causas profundas dos maus resultados dos projetos residem na psicologia e na dinâmica do poder.
As razões subjacentes à lei de ferro decorrem da psicologia humana – especificamente, dos vieses cognitivos – e da disputa pelo poder relacionada ao financiamento e posicionamento de grandes projetos. Os vieses cognitivos incluem o excesso de confiança...
Bent Flyvbjerg, geógrafo econômico dinamarquês, é autor de diversas publicações sobre gestão de megaprojetos, incluindo How Big Things Get Done. Michael Liebreich atuou durante décadas na área de energia e financiamento climático como capitalista de risco, empresário e executivo.
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